Na história da medicina, muitos médicos e pesquisadores tem tentado elucidar a relação entre as diversas estruturas cerebrais e os distúrbios mentais.
Esta preocupação se tornou mais evidente a partir do Século XX, quando a sociedade passou a ter uma melhor organização.
Após um entusiasmo inicial com os estudos do medico português Egas Moniz, que em 1936 descreveu a lobotomia frontal como tratamento de diversos distúrbios mentais, seguida de seu uso indiscriminado, naquela ocasião sem parâmetros éticos de controle, a técnica entrou totalmente em descrédito. Por décadas, qualquer tentativa cirúrgica de intervir em estruturas cerebrais parecia um ultraje.
Mas, na modernidade, precisamos ter uma visão menos romântica e mais real dos transtornos do comportamento, em especial nos casos graves.
Em 1974, foi criado um Comitê Nacional nos Estados Unidos com o objetivo de avaliar os pacientes que foram submetidos a cirurgias psiquiátricas no passado. Apesar da expectativa negativa que eles pensavam em obter, no final, tiveram que concordar em verificar que em muitos casos, houve um resultado positivo. Em sua conclusão final, eles afirmaram: “A cirurgia dos transtornos psiquiátricos não deve ser banida”.
Atualmente, em todo o mundo, é reconhecido o poder transformador positivo das cirurgias em casos especiais. No Brasil, como em todo o mundo, eles devem existir, desde que mediante orientações regulamentares. As principais são: 1. Existe a necessidade de um relatório médico feito por pelo menos dois psiquiatras, demonstrando a refratariedade do caso, ou seja, de que não houve melhora mesmo com todos os tratamentos psicoterápicos e medicamentos existentes; 2. A avaliação preferencial por um Comitê de Ética e a aprovação obrigatória de cada caso por uma Câmara Técnica do Conselho Regional de Medicina; 3. Os pacientes e seus familiares devem ser explicados do efeito esperado, bem como da possibilidade de complicações e efeitos colaterais
Neste contexto, a Gamma Knife tem sido utilizada de forma bastante positiva em casos selecionados. Esta tecnologia traz consigo algumas vantagens: 1. sua não-invasibilidade, ou seja, que é uma cirurgia sem cortes; 2. O altíssimo grau de precisão (em geral é de 0, 15 mm); 3. A facilidade de que o tratamento seja feito em apenas uma única sessão e; 4. O grande número de casos tratados no mundo, o que permite um razoável grau de previsibilidade.
A doença mais comumente tratada pro esta tecnologia é sem dúvida nenhuma o Transtorno Obssesivo compulsivo. Em segundo lugar, estaria a agressividade grave onde há um risco acentuado de que o paciente aflija lesão em si próprio ou em outros (incluindo frequentemente seus familiares próximos).